Sua vida de soldado

Diz a história que santo Expedito foi chefe da 12º Legião Romana, também conhecida como Fulminante, que reunia mais de seis mil soldados.
Ele teria sido um homem belo, muito corajoso, que se distinguia dos demais.
Consta ainda que, antes de se converter ao cristianismo, apesar de soldado dedicado, nas horas vagas era homem devasso, farrista e desregrado. Entre suas muitas missões, uma era a de perseguir os cristãos — missão igual a que tinha são Paulo, também soldado romano antes de se converter ao cristianismo e se tornar seu maior divulgador.
Os imperadores romanos, nesses tempos, eram contra a doutrina cristã.
Rejeitavam a ideia da existência de um Deus único e superior. Queriam eles próprios ser vistos, respeitados, obedecidos e adorados como deuses.
Conta-se que, a partir de certo momento em suas batalhas, Expedito começou a se impressionar com a resistência dos cristãos, que não negavam sua fé naquele Deus que teria enviado seu filho para ensinar aos homens a amarem uns aos outros. Eles persistiam na fé mesmo diante das piores ameaças, e nem diante da morte arrefeciam.
Acredita-se que mais ou menos nessa época a legião comandada por ele foi enviada para a Germânia. Isso aconteceu durante um verão.
A água era escassa e os soldados começaram a perder suas forças. Temendo os próximos combates, alguns subordinados de Expedito, que eram católicos, resolveram pedir ajuda a Deus. A verdade é que, sem água, só um milagre mesmo os salvaria. Esse grupo teria se reunido em um ponto próximo aos campos de batalha, ajoelhado e rezado. Os inimigos teriam ficado surpresos ao ver aquele aglomerado de homens com os braços abertos, suplicando a Deus (calcula-se que fossem mais de duzentos).
Quando terminaram as orações e voltaram ao campo de batalha, caiu uma chuva torrencial. Depois de matar a sede, que era então de-sesperadora, os homens conseguiram combater melhor. Divulgou-se sobre esse episódio que, a certa altura, os raios teriam se multiplicado e uma chuva de granizo teria protegido o exército que Expedito comandava. E que os inimigos, admirados e amedrontados, teriam fugido. Santo Expedito teria se convertido ao catolicismo logo depois dessa batalha, antes mesmo de chegar a Roma para receber as honras pela vitória.
Outra versão conta que era o então imperador Marco Aurélio quem combatia os bárbaros nessa batalha da campanha da Germâ-nia, ocorrida na região chamada de Quades, próxima ao que hoje é a Hungria. Sem água, o imperador teria feito os encantamentos mágicos, muito tradicionais entre os guerreiros daquela época. Um grupo de soldados cristãos teria se reunido, longe do local dos sacrifícios, e feito uma oração, de joelhos, com os braços abertos e o rosto virado para o céu. Entre eles estariam muitos integrantes da legião comandada por santo Expedito.
Assim que terminaram a oração (antes que acabassem os ritos de magia), a chuva teria começado a cair e os raios e pedras de granizo teriam atingido os inimigos. É pouco provável que o imperador Marco Aurélio se dedicasse a encantamentos mágicos.