A conversão do Santo Expedito

Vamos considerar a primeira versão da conversão de Expedito. Logo depois da batalha, convertido ao cristianismo com muito fervor, ele teria cumprido as tradições e seguido para Roma. Ao chegar à capital do Império Romano, o batalhão que liderava teria se apresentado ao imperador Diocleciano e lhe contado as boas novas. Muito emocionado, o imperador teria dado ordens para que fossem feitos sacrifícios aos deuses em agradecimento à vitória. Expedito teria se recusado a cumpri-las e, em seguida, contado ao imperador que se tornara um dos seguidores de Cristo.
Como era combatente respeitado e eficaz, o imperador ofereceu-lhe honras, posses e riquezas para que voltasse atrás e negasse a existência de um Deus único e a passagem de Cristo pela Terra. Expedito novamente teria recusado as ofertas e teria se mantido fiel a suas convicções. Diocleciano, enfurecido, teria condenado o soldado imediatamente à morte dolorosa.
Diocleciano sagrou-se imperador de Roma no ano 284 da Era Cristã.
Em seu palácio, conta-se, havia liberdade de religião. Acredita-se inclusive que sua esposa, Prisca, e a filha, Valéria, fossem cristãs. Mas Galero, seu genro, era pagão convicto. Em certo momento, Galero teria sido um dos mais influentes conselheiros de Diocleciano e teria determinado a perseguição aos cristãos e a destruição de igrejas e livros sagrados. A mãe de Galero também era contra o cristianismo e incitava o filho a dizer que os seguidores da nova religião conspiravam contra a vida do imperador. Em tempos de guerra, as conspirações costumavam tirar o sono dos governantes.
Assustado, Diocleciano tornou-se contumaz perseguidor de cristãos. Diz-se que até membros do palácio, antes tolerados, foram assassinados de forma brutal — afogamentos e decapitações eram as maneiras mais comuns de matar — por seguirem os ensinamentos de Cristo. Uma perseguição sangrenta e constante contra os cristãos foi iniciada. Esse período sangrento, deflagrado por Diocleciano, durou muitos anos e só terminou em 324, quando o imperador Constantino, que se converteu ao catolicismo, assumiu o trono.