Pela responsabilidade de ter o poder de decisão, esta é talvez a mais polêmica das lâminas do Tarô: a do livre arbítrio. O homem pode, afinal, escolher seu destino? Ou estaríamos à mercê de decisões superiores como marionetes nas mãos de seus dirigentes?
Como já vimos antes, ” transformação” é uma das palavras mais significativas para o entendimento do Tarô, por ser através dela que se processa o desenvolvimento. Evoluir faz parte do dharma do ser humano e isto só acontece com mudanças e novos propósitos de vida. Mente cristalizada é mente estagnada e a estagnação impede que se frutifiquem as idéias, bloqueando também os desenvolvimentos individual e espiritual.
A partir daí, podemos usar a lei do livre arbítrio como ponto de partida para o crescimento. Nosso futuro depende do hoje, do que se faz e do que se pensa, tornando o aqui e agora o momento mais importante. Da escolha feita hoje dependerá o seu amanhã. Logo, se soubermos escolher apropriadamente, estaremos criando melhores oportunidades. A questão é: o que será melhor? Aqui entra o Tarô dando uma resposta, uma orientação para o que será, na verdade, o melhor caminho. Mas, ainda assim, depende de cada um a efetivação do que se pretende. O Tarô só pode orientar, não pode fazer por você. Em conseqüência, o Arcano VI sugere cautela em virtude da importância de todo momento de decisão. A melhor postura é sempre assumirmos a responsabilidade por nossos atos, em vez de culparmos o destino ou os erros dos outros pelas nossas falhas.
Descrição da carta
A vida afetiva tem no Arcano VI grande representação por se tratar também da escolha amorosa. Todo homem, toda mulher, têm o seu momento de encontro com o desejo de se unir a algo fora de si mesmo, para se sentir integrado com a vida pelo grande desafio que é a escolha no amor. Essa ecolha significa aquela parte de nós que precisa complementar-se para que a vida tenha o seu seguimento.
A carta VI indicará o freqüente encontro com as escolhas do dia a dia, mesmo as mais insignificantes. Adverte-nos para tentações perigosas e para atitudes imprudentes.
Nos Namorados do Tarô da Transformação, o homem e a mulher mostram o aspecto dual da carta, a luta entre sentimentos opostos que vai gerar a dúvida. Aqui a mulher mostra-se esquiva e cautelosa ao receber galanteios do jovem admirador que parece envolver-se apenas com sua beleza, mostrando sua imaturidade para a vida.
A estrela de Davi é o símbolo numérico da carta VI. Seus dois triângulos entrelaçados mostram a atração polarizante, a ambivalência e, também, ” o que está em cima é como o que está em baixo”.
A letra VAU, 6a. letra do alfabeto hebraico, corresponde ao sexto Arcano maior, Os Namorados, e siginifica olhos e ouvidos. Estes dois órgãos são os mais importantes para a comunicação com o mundo exterior, além de serem os captadores da luz e do som, componentes na formação do Universo e por nós percebidos durante o estado de meditação.
Na mitologia grega, Paris, o príncipe troiano, é o representante do Arcano VI, porque foi escolhido para decidir entre três deusas do Olimpo, qual a mais bonita: Hera, Afrodite ou Atena, tendo sua escolha recaído sobre Afrodite, a deusa do amor.
Palavras chave
Poder de decisão, escolha dos caminhos, desejo, amor, posse, amor às artes, casamento, cautela, união, renúncia aos prazeres, inquietação.
Lição
Todas as escolhas conduzem-nos a conseqüências das quais somos os únicos responsáveis.
Meditação
Desenvolver amor e respeito a si mesmo.
