A Lua

Sonhos, fantasias, ilusões, inconsciência, imaginação. Aquele velho e desajeitado sapo que se transforma no príncipe de nossos sonhos, num castelo encantado que guarda o segredo de toda esta magia e encantamento. Mundo mágico, mundo de fadas, que pode, de repente, transformar-se num mundo de bruxas, onde o sapo não mais vira príncipe, mas animais de aspecto terrível a nos ameaçar, e que, por certo, estão guardando o castelo das ilusões no intuito de nos manter prisioneiros de nossos próprios pesadelos.
Assim é o Arcano XVIII do Tarô. A Lua, cheia de mistérios e perigos ocultos, exerce um enorme fascínio sobre todos nós, influencia-nos e envolve-nos com seu poder de sedução.
Nesse estágio, geralmente, ingressamos num processo de depressão, melancolia e, muitas vezes, a sensação é de se estar só, o que desperta lembranças do passado e reaviva a nostalgia.
Pode-se dizer que a influência da lua cheia, fase em que cresce a fertilidade na natureza, atinge especialmente as mulheres, como já foi visto nas cartas II e III, onde a feminilidade é ressaltada, por ser a lua a representante do elemento receptor – a mãe, a água -em oposição ao sol, o fogo, elemento doador – o pai.

Descrição da carta

A figura retrata uma linda mulher em postura de recolhimento, plácida e solene. A vela em suas mãos anuncia que até agora vivemos em escuridão e que é hora de buscarmos a luz, mesmo que isto represente um grande esforço, assim como faz o caranguejo, animal do lodo, na tentativa de buscar uma saída para aquilo que lhe aflige.
A advertência aos perigos e falsidades no caminho é representada pelos animais de aspecto feroz, contrastando com a beleza e aparência serena da mulher, cuja roupagem, em forma de concha marinha, reporta-nos às coisas do mar, numa alusão à forte influência da lua incidindo sobre ele, no controle das marés.
A décima oitava letra do alfabeto hebraico é Tzade, a luz refletida. Pertence ao grupo das doze letras simples.
Hécate, na mitologia grega, representa a deusa das trevas, apesar de ter sido invocada, na antigüidade, como Deusa Nutriz porque concedia aos homens alguma espécie de prosperidade, principalmente abundância de peixes aos pescadores. Também era vista como uma mulher de três cabeças, acompanhada de seu cão Cérbero, igualmente de três cabeças, o guardião dos portões do inferno.

Palavras chave

Intuição, imaginação, criatividade, inspiração, reflexão, advertência, perigos ocultos, forças ocultas, inconstância, situação equívoca, desonestidade, sedução, amigos falsos, fracassos, preguiça, medo, bebedeira.

Lição da Lua

Buscar a luz da verdade para não se perder no mundo da ilusão.

Meditação

Após um período de sombra causado pela lua, sempre haverá um amanhã radioso projetado pelo sol.