Os cânticos podem auxiliar nos rituais

E de várias maneiras. Concentrando e despertando energias, conectando com forças que auxiliam o ritual. Som é poder. Diz o Antigo Testamento: “NO PRINCÍPIO ERA O VERBO” e o verbo era Deus. O mantra é energia canalizada para um determinado fim. Você pode chegar a um estágio onde conhecerá o seu mantra, aquele que se harmoniza com o seu ser e o auxilia em sua caminhada espiritual.
Normalmente, no Oriente, são dados por um mestre. As repetições e certas vibrações sonoras despertam os chakras. Algumas repetições são feitas para a conexão com as deidades adoradas. Elas são monossilábicas e acompanhadas por um rosário com cento e oito contas.
Os cânticos extroversores (kirtans) despertam sentimentos devocionais e nos inspiram a uma forma, uma imagem ou simplesmente uma força que nos auxilia.
Os mantras podem também não ser pronunciados (manasika mantra) – são os mantras mentais. Para sua compreensão, lembre-se de quantas vezes estamos com uma música na cabeça e não a expressamos verbalmente. Existe toda uma ciência esotérica profunda no estudo dos sons que os orientais, há milénios, pesquisam e têm sentido os seus efeitos.
No Himalaia um mestre de sons (Nada Yoga), Swami Nadabrahmananda, que produzia sons em todo o seu corpo. A ciência do som ainda é um campo praticamente virgem para o conhecimento humano. Os sons despertam os chakras, aquietam os pensamentos, estimulam energias e auxiliam na recuperação das doenças. Na índia, existem alguns caminhos que se utilizam da ciência do som: Nada Yoga, Mantrà Yoga, Tantra Yoga, Kundalini Yoga, Bhaktí Yoga etc.
Segundo os yogues, os sons são a base e origem do universo. Os sons, tendo a sua fonte divina de criação, são o caminho mais rápido para chegar ao Criador. Os místicos evocam os vários nomes de Deus em toda a Terra, elevando suas consciências. Os bhajans cantam e louvam as histórias dos deuses hindus, os seus feitos e suas aventuras. Os devotos cantam as maravilhas de Deus. O caminho do amor é o caminho da emoção e do coração, onde em toda a Terra a música é um dos meios preferidos para se chegar à união com a divindade.
Depois de séculos de experiência, os yogues chegaram à conclusão de que a música é capaz de produzir transformações definidas nos estados de consciência humana. É de conhecimento geral que os animais respondem à música. Observamos esse exemplo no Encantador de Serpentes, e até as vacas, na índia, se aquietam ao som dos mantras. Para os hindus, a música faz parte de sua disciplina espiritual e é caminho de purificação. Para o domínio da música clássica indiana, que é rica e complexa, é necessário dedicar-se uma vida inteira à mesma, tendo a necessidade da instrução de um guru que domine o instrumento.
Segundo Nadabrahmananda, o segredo do domínio adquirido está sobre o terreno das vibrações e sobre a sua localização e ressonância em determinada parte do corpo (o mundo das vibrações yóguicas); e é mediante a direção adequada de intensas vibrações às quais os yogue submete seu corpo, que pode chegar ao ponto de evitar o envelhecimento da matéria e as doenças.
Nadabrahmananda afirma que nunca fica doente. O impulso da vibração bucal e gutural seria conduzido pelo yogue através de seu corpo energético até seus membros, da mesma forma que uma corrente elétrica viaja até o ponto que se queira iluminar. É claro que é uma técnica difícil e que requer muitos anos de prática e de estudo. Segundo ele, “o domínio do som está relacionado também com o domínio da serpente” e que “as vibrações nascem de sua serpente (kundaliní) e é necessária, para isto, a purificação das correntes prânicas (energia vital)”, o que necessita uma alimentação adequada, sentimentos elevados e pensamentos luminosos. Portanto, os cânticos podem trazer a força de materialização e conexão com os poderes almejados.

Magia com velas