A importância do Mestre na magia da vela

O mestre é aquele que domina um determinado campo de atuação da consciência. Na índia, ele é chamado de guru, que significa aquele que dissipa as trevas.
Para o oriental, o mestre é o próprio Deus encarnado. Podemos afirmar que ser discípulo é tão difícil quanto ser mestre. Conta uma história que certa vez um monge foi desafiado por um mestre espadachim por dívidas cármicas de sua família. O monge, aspirante da espiritualidade, ficou sem saber o que fazer e falou com seu mestre sobre este desafio. Seu mestre então perguntou: “O que você sabe fazer muito bem-feito?” Ele pensou alguns instantes e respondeu que a única coisa que fazia muito bem-feito era servir o chá. E o mestre falou para que ele treinasse, a fim de atingir a máxima perfeição do ato de servir o chá.
Alguns dias antes da data prevista para o desafio, o mestre pediu ao monge que marcasse com seu adversário um encontro sigiloso entre os dois e que neste dia fosse servido um chá. O monge, sem compreender a proposta do mestre, aceitou a sugestão, confiando naquele que o orientava. O espadachim, corajosamente, aceitou o convite e, durante horas, participou do ritual do chá servido por seu opositor. Ao final do encontro, o desafiante comunicou sua intenção de adiar a luta e liberar o seu suposto inimigo da dívida cármica de sua família. Com a saída do espadachim, o monge foi até seu mestre, para que ele explicasse o ocorrido. E o mestre calmamente disse: “Um mestre reconhece e respeita outro mestre.”
O ocidental, com seu egoísmo, petulância e vaidade, não admite a doação de seu ego para o outro ser. A petulância mental e a arrogância vital colaboram com isto, mas uma gota de amor pode abrir-lhe o coração e receber a luz de alguém a quem ama e domina a sua arte. Diz o ditado popular que “quando o discípulo está preparado, o mestre aparece”.

Magia com velas